Crentes no poder, e aí?

Os políticos evangélicos aceitaram continuar como coadjuvantes na política nacional? Não cabe a um historiador ficar prevendo o futuro, mas alguns rastros contemporâneos nos permite tentar fazer algumas análises.

Primeiro, já se colocam como uma força extremamente forte em nossa nação,  porém, nem sempre conseguem centralizar seus objetivos em um nome; não são um único povo, mas uma nação heterogênea em doutrina, usos, costumes e posicionamento político, apesar que em Brasília, seu discurso se alinhar com uma pauta tradicional e conservadora. Assim, as diferenças e falta de união fora de Brasília enfraquece as pretensões políticas para 2018.

Segundo, vários partidos querem um nome evangélico forte em suas chapas, são por tradição, grandes puxadores de votos irracionais, o que chamo de voto de fé. Pernambuco é exemplo desta capacidade de captação de votos e controle do rebanho para votar em seus pastores, e são poucas as ovelhas rebeldes. Pastor Eurico, os Ferreiras e os Colins continuarão carregando os seus rebanhos as urnas, e por certo, continuaram tendo eleições expressivas. 

Terceiro, teria a Bancada Evangélica capacidade e organização política de centralizar em uma chapa para eleições majoritárias? Quais seriam os nomes? Quais igrejas estariam na liderança? Recentemente, o deputado Marco Feliciano, mais uma vez, nos deu o exemplo de como seria drástico e dramático para o Brasil ter uma liderança evangélica; em uma publicação, comentando sobre a agressão sofrida por uma professora, ele justificou a situação como um ato de colheita, “quem planta vento, colhe tempestade”, assim falou ele. A professora fazer comentários esquerdistas em suas redes sociais, faria dela merecedora de agressão?

Desde já, deixo claro que não me refiro ao povo evangélico, mas a casta que lidera o povo evangélico, que os seduzem nos domingos com palavras doces e que são verdadeiros sepulcros caiados. 

Bruno Oliveira - Blog Ponto de vista